SOUSA,
Cláudio Garcia de
*diplomata;
emb. Bras. Bolívia 1971-1976; emb. Bras. Argentina 1976-1980.
Cláudio Garcia de Sousa nasceu
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, no dia 1º de junho de 1927, filho de
Edgar Jovita Garcia de Sousa e de Odília Tarquínio Garcia de Sousa.
Bacharel em ciências jurídicas e sociais pela Faculdade
Nacional de Direito da Universidade do Brasil em 1949, iniciou nesse mesmo ano
o curso de preparação para a carreira de diplomata ministrado pelo Instituto
Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores. Enquanto universitário, foi
vice-presidente da União Metropolitana de Estudantes (UME), presidente do
Diretório Central de Estudantes e membro do conselho universitário da
Universidade do Brasil.
Em 1950 passou a integrar o quadro de diplomatas do
Ministério das Relações Exteriores (MRE) como cônsul de terceira classe. No ano
seguinte fez o curso de aperfeiçoamento do Instituto Rio Branco, tornando-se
chefe das seções de Administração e de Pesquisas e Publicações da mesma
instituição. Ainda em 1951, participou do Programa Internacional de Estágio das
Nações Unidas.
Serviu
como terceiro-secretário das embaixadas do Brasil em Washington de 1952 a 1954, e em Montevidéu, de 1954 a 1956. Nesse último ano foi promovido a segundo-secretário e,
como tal, permaneceu na capital uruguaia até 1958, quando passou a servir na
Divisão Política do Itamarati. Transferido em 1959 para a Divisão Econômica,
representou o MRE na Comissão de Reparações de Guerra e foi membro efetivo da
Comissão de Estudos Relativos à Navegação Aérea Internacional (CERNAI). No ano
seguinte integrou a delegação brasileira às reuniões de consulta sobre os
acordos de transporte aéreo com Portugal, Inglaterra e França. Nesse mesmo ano
de 1960 foi transferido para a embaixada em Bonn, na República Federal da
Alemanha, onde se encontrava em 1961, quando foi promovido a
primeiro-secretário.
Em
1962 tornou-se chefe substituto do Serviço de Propaganda e Expansão Comercial em Bonn. Integrou a delegação do Brasil à reunião dos subcomitês legal e científico do Comitê
das Nações Unidas para Usos Pacíficos do Espaço Extraterrestre, realizada em
Genebra, na Suíça, e no ano seguinte à XVIII Sessão da Assembléia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. Ainda em 1963 foi transferido para Washington. Assessor da delegação brasileira
à III Conferência Interparlamentar Americana, na capital norte-americana, em
1964, no ano seguinte representou o Brasil na II Conferência Anual do Programa
de Cooperação Interamericana Católica, realizada em Chicago, nos EUA. Fez ainda
o curso de princípios de gerência na Universidade George Washington, em Washington. Membro da Sociedade Brasileira de Direito Aeronáutico e da Sociedade Brasileira
de Geografia, participou também da XVII e da XXI sessões da Assembléia Geral da
ONU.
Em 1966 passou a conselheiro e integrou a delegação do Brasil
à reunião do Conselho de Ministros da Associação Latino-Americana de Livre
Comércio (ALALC), em Montevidéu. Nomeado subchefe e, nesse mesmo ano, chefe
interino do gabinete do ministro das Relações Exteriores, Juraci Magalhães,
integrou ainda a Comissão de Promoções do Itamarati. Promovido a ministro de
segunda classe em 1967, representou o Brasil na III Conferência Interamericana
Extraordinária, em Buenos Aires, e foi delegado suplente do Brasil na XXII
Sessão da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque. Secretário-geral adjunto para Assuntos da Europa Ocidental, África e Oriente
Próximo ainda em 1967, no ano seguinte tornou-se ministro-conselheiro da
embaixada brasileira em Lisboa. Deixou a capital portuguesa em 1971. Em março
desse ano foi designado embaixador em La Paz, na Bolívia, em substituição a
Alberto Raposo Lopes. Em 1973 foi promovido a ministro de primeira classe,
chefiando no ano seguinte a delegação brasileira à I Reunião da Comissão Mista
Administrativa do Fundo de Desenvolvimento Brasil-Bolívia. Foi um dos
responsáveis pelas negociações que culminaram em 1974 com a assinatura do
chamado Acordo do Gás, entre os governos dos dois países.
Em
junho de 1976 substituiu João Batista Pinheiro na embaixada brasileira na
Argentina. Substituído em La Paz por Sizínio Pontes Nogueira, permaneceu em Buenos Aires até 1980, quando foi removido para Estocolmo. Antes de deixar de ser embaixador em Buenos Aires, assistiu à assinatura, em 1979, do acordo de compatibilização das usinas de
Itaipu e Corpus, entre os governos do Brasil, Argentina e do Paraguai. Na
capital argentina seu lugar foi ocupado por Carlos Frederico Duarte Gonçalves
da Rocha. Como embaixador na capital sueca, acompanhou o rei Carlos Gustavo XVI
e a rainha Sílvia, em sua visita oficial ao Brasil, em março e abril de 1984.
Deixou a Suécia em 1985 e nesse mesmo ano assumiu a representação diplomática
brasileira em Belgrado. Permaneceu na capital iugoslava até 1987, quando foi
transferido para Berna. Removido para o Rio de Janeiro em 1990, pediu sua
aposentadoria do serviço diplomático.
Em agosto de 1990 assumiu a chefia do escritório da Petrobras
em Brasília e em maio de 1992 foi transferido para o Rio de Janeiro, onde
passou a ser assistente de diretor da estatal. Dela afastou-se em outubro do
mesmo ano. Em 1993, foi nomeado por César Maia, recém-empossado como prefeito
do município do Rio de Janeiro, coordenador da Coordenadoria das Relações
Internacionais e do Cerimonial do Gabinete do Prefeito, função para a qual foi
renomeado por Luís Paulo Conde quando este assumiu, em 1º de janeiro de 1997, a prefeitura da cidade. Ao longo desses anos, Garcia de Sousa promoveu centenas de eventos
sociais do prefeito e inúmeros órgãos municipais e incentivou a participação do
Rio de Janeiro em diversas organizações municipais internacionais e nacionais.
Nesse mesmo período, foram abertos no Rio de Janeiro o escritório
latino-americano e caribenho do Centro das Nações Unidas para os Assentamentos
Humanos, conhecido como Hábitat, o escritório regional de Centro Internacional
para Iniciativas Ambientalistas Locais (ICLEI) e a secretaria geral regional da
Associação Mundial das Grandes Metrópoles, conhecida por Metropolis. Cláudio
Garcia deixou o cargo de coordenador no ano 2000.
Tornou-se consultor do Núcleo Central da Rede de Informações
Tecnológicas Latino-Americana - RITLA, com sede no Rio de Janeiro.
Casou-se com Lílian Garcia de Sousa, com quem teve três
filhos.
Organizou a coletânea Minha experiência diplomática (1971),
relativa à trajetória de Juraci Magalhães na diplomacia brasileira.
FONTES:
Almanaque Abril (1980); Estado de S. Paulo (24/2/76); Jornal do Brasil
(24/2/76); MIN. REL. EXT. Anuário (1964 1966 e 1975); Who’s who in Brazil. INTERNET.
Portal do Senado Federal disponível em www.senado.gov.br/, acessado em 29/9/09.