SOUSA, MÁRIO
SOUSA,
Mário
*militar; rev. 1935.
Mário de Sousa nasceu em
1898 em Campo Grande, então no estado de Mato Grosso, atual capital do estado
de Mato Grosso do Sul, filho de João Pedro de Sousa.
Sentou
praça em abril de 1917, ingressando na Escola Militar do Realengo, no Rio de
Janeiro, então Distrito Federal. Promovido a segundo-tenente em outubro de
1930, foi designado para o 7º Batalhão de Caçadores (7º BC), com sede em Porto Alegre, e em 1935 passou a servir no 3º Regimento de Infantaria (3º RI), na Praia
Vermelha, Rio de Janeiro.
Em 27 de novembro de 1935 participou do levante do 3º RI, que
fez parte de uma tentativa de revolta em nível nacional liderada pelo Partido
Comunista Brasileiro (PCB), então Partido Comunista do Brasil, defendendo o
ideário da Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento nacionalista e
antifascista que fora posto na ilegalidade pelo presidente da República Getúlio
Vargas. Seu papel na revolta era o de, juntamente com os primeiros-tenentes
Durval de Barros e Celso Bicudo de Castro, prender os oficiais que não
aderissem a ela e sublevar a Companhia de Metralhadoras Leves do 1º Batalhão,
da qual fazia parte. Não tendo conseguido alcançar sua companhia, o que tornou
impossível o cumprimento de sua missão, deteve-se na entrada do quartel,
isolando a passagem para o posto de comando legalista e prendendo todos os que
procuravam chegar àquele local.
Preso quando da rendição dos revoltosos ainda no dia 27,
afirmou nos depoimentos prestados no inquérito instaurado na polícia do Rio de
Janeiro que havia participado do movimento por intermédio do tenente Tomás
Meireles, não tendo, porém, tomado conhecimento das orientações e planos da
revolta. Foi processado por participação no levante e por tentativa de
homicídio do sargento Emiliano Amaro de Sousa, ajudante do regimento. Em
conseqüência, foi expulso do Exército e teve sua patente cassada pelo Decreto
nº 558, de 31 de dezembro de 1935. Em maio de 1937 foi condenado pelo Tribunal
de Segurança Nacional a 12 anos e oito meses de prisão.
FONTES: AMADO, J. Homens;
BARATA, A. Vida; CAMPOS, R. Tribunal; MIN.
GUERRA. Almanaque (1934); PORTO, E. Insurreição; SILVA, H. 1935;
SILVA, H. 1937.