SOUTO, ÁLCIO
SOUTO,
Álcio
*militar; ch. Gab. Mil. Pres. Rep. 1946-1948.
Álcio Souto nasceu em Porto Alegre no dia 30 de junho de 1896, filho de
Ramiro Souto.
Sentou praça em março de 1914 ingressando na Escola Militar
do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Foi promovido a
segundo-tenente em maio de 1918 e a primeiro-tenente em junho de 1919,
tornando-se nesse ano adjunto da 3ª Divisão do Arsenal de Guerra do Rio de
Janeiro. Em 1920 passou a exercer as funções de auxiliar de instrutor da Escola
Militar e, promovido a capitão em agosto de 1921, serviu a partir desse ano
como assistente da 3ª Brigada de Artilharia, onde permaneceu até 1922.
Cursou
a Escola de Estado-Maior (EEM), onde em 1926 foi professor de tática geral. No
ano seguinte passou a professor estagiário da Escola de Aviação Militar, função
que exerceu até 1930. Em 1931 retornou à EEM como adjunto de tática geral e aí
ficou até 1932, ano em que foi promovido a major no mês de abril.
A
partir de 1933 foi comandante interino do grupo escolar em Deodoro, na Vila
Militar, no Rio de Janeiro, sendo promovido a tenente-coronel em agosto do ano
seguinte. Comandou a Escola de Artilharia de 1935 a 1936, passando nesse ano a
chefe de uma das subseções do Estado-Maior do Exército (EME). Fez parte da
comissão que reorganizou os programas de ensino da EEM com o general Paul Noel
e, ainda em 1936, foi servir como adido militar, primeiro na embaixada
brasileira em Buenos Aires e depois em Montevidéu, permanecendo nesse posto até
1938. Neste último ano esteve como observador militar na Conferência de Paz do
Chaco (território disputado pela Bolívia e o Paraguai). De volta ao Brasil, foi
promovido, em setembro de 1938, a coronel e comandou o 5º Regimento de
Artilharia Montada, sediado em Santa Maria (RS). Em 1940 foi chefe de seção do
EME e a partir do ano seguinte comandou a Escola Militar do Realengo, tendo
sido promovido a general-de-brigada em dezembro de 1942.
Foi comandante da 1ª Divisão de Combate em 1943 e da
Artilharia Divisionária da 1ª Região Militar (1ª RM), no Rio de Janeiro, em
1944. Como comandante do Núcleo de Divisão Blindada, também sediada no Rio de
Janeiro, em outubro de 1945, quando do movimento militar que culminou com a
deposição de Getúlio Vargas (29/10/1945) e com o fim do Estado Novo, comandou
as tropas blindadas que cercaram o palácio Guanabara exigindo a renúncia do
ditador. Com a eleição de Eurico Gaspar Dutra para a presidência da República
em dezembro de 1945, foi nomeado chefe do Gabinete Militar da Presidência,
assumindo o cargo com o novo governo, em 31 de janeiro de 1946, em substituição
ao general Francisco Gil Castelo Branco. Ainda em 1946 foi promovido em
setembro a general-de-divisão, assumindo a presidência da Comissão de
Planejamento Econômico.
Exerceu também os cargos de secretário-geral do Conselho de
Segurança Nacional e de presidente da Comissão Especial da Faixa de Fronteiras.
Faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 13 de setembro de 1948,
quando ainda exercia a chefia do Gabinete Militar do governo Dutra, sendo
substituído no cargo pelo general João Valdetaro de Amorim e Melo.
FONTES: ARQ. MIN.
EXÉRC.; CARNEIRO, G. História; CORRESP. GAB. MIL. PRES. REP.; Grande encic.
Delta; MIN. GUERRA. Almanaque (1947).