TAVARES, JAIR
TAVARES, Jair
*rev. 1938.
Jair Tavares,
professor, foi membro da Câmara dos Quatrocentos, órgão da Ação Integralista
Brasileira (AIB), criado em 1937 a partir de um remanejamento da estrutura da
AIB. Juntamente com a Câmara dos 40, esse órgão formava o conjunto de
cooperação com a chefia nacional da AIB, sendo constituído por representantes
dos mais diversos setores sociais.
Como membro dessa câmara, Jair Tavares participou das
articulações iniciadas em 1937 para o levante integralista de maio de 1938. A AIB havia apoiado a implantação do Estado Novo (10/11/1937) na expectativa de obter um
relevante papel no novo regime, o que não ocorreu. Os integralistas adotaram
então uma política de confronto com o presidente Getúlio Vargas (1930-1945),
articulando um levante com apoio de militares e políticos liberais.
Em março de 1938 foi realizada a primeira tentativa de golpe,
chefiada por Belmiro Valverde, frustrada antes mesmo de seu início. Nesse
episódio Jair Tavares teria como missão a chefia do ataque e tomada da Rádio
Mayrink Veiga, de onde seria dada a senha para o levante em todo o Brasil.
Devido a um alerta de um marinheiro do cruzador São Paulo à polícia, o
movimento foi prontamente sufocado, ocorrendo várias prisões em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.
Após
esse primeiro fracasso, a AIB passou a articular o levante de maio, que
incluiria ataques ao palácio Guanabara, a residências de ministros e generais e
a estações de rádio. Jair Tavares participou da reunião no quartel-general da
AIB, localizado na avenida Niemeyer, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal,
ocasião em que foi marcada a data do movimento para a madrugada de 11 de maio
de 1938. Como líder integralista, recebeu a missão de chefiar o comando de
milicianos que permaneceria entrincheirado no pavimento térreo do edifício em
construção da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, na avenida Nilo Peçanha,
escolhido como quartel-general revolucionário.
No dia combinado encontravam-se no local marcado cerca de cem
integralistas, que receberam ordens de Jair Tavares para impedir a passagem de
qualquer pessoa a menos que apresentasse a senha combinada. Ao aproximar-se do
prédio um carro de polícia com uma turma de investigadores, iniciou-se uma
troca de tiros, recebendo os milicianos ordem de seu líder para que fugissem.
Após a derrota do movimento, admitida pelo chefe integralista
Plínio Salgado, Tavares pediu asilo à embaixada na Itália. O fracasso do golpe
provocou uma violenta onda de repressão sobre todos os envolvidos no movimento.
FONTES: CARNEIRO, G. História;
CARONE, E. Estado; MELO, O. Marcha; SILVA, H. 1938.