VALDOMIRO DE BARROS MAGALHAES

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Nome: MAGALHÃES, Valdomiro
Nome Completo: VALDOMIRO DE BARROS MAGALHAES

Tipo: BIOGRAFICO


Texto Completo:
MAGALHÃES, VALDOMIRO

MAGALHÃES, Valdomiro

*dep. fed. MG 1915-1930; rev. 1930; const. 1934; sen. MG 1935-1937.

 

Valdomiro de Barros Magalhães nasceu em Passos (MG) no dia 19 de abril de 1883, filho do coronel Lucas Tobias de Magalhães, propagandista republicano, e de Maria Cândida de Barros Magalhães. Descendia da família Silva Xavier, à qual pertenceu Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

Fez seus primeiros estudos em Monte Santo (MG), estudou humanidades no Ginásio Baependi, em Baependi (MG), e prosseguiu seus estudos no Instituto de Ciências e Letras da cidade de São Paulo. Ingressou em 1902 na Faculdade de Direito de São Paulo e, durante sua vida acadêmica, exerceu atividades jornalísticas. Formou-se em 1906.

Pecuarista em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, radicou-se em Monte Santo, onde exerceu a advocacia. Ingressou na política filiando-se ao Partido Republicano Mineiro (PRM), do qual seu pai também fazia parte. Em 1907 foi eleito vereador em Monte Santo e deputado à Assembléia Legislativa mineira. Em 1911, foi reeleito vereador e eleito agente executivo e presidente da Câmara de Monte Santo. Ainda em 1911, foi reeleito deputado estadual para cumprir mandato até 1914 e, como tal, foi escolhido para compor o Tribunal Especial do Estado, que tinha por função julgar os crimes de responsabilidade de desembargadores, juízes, senadores estaduais e deputados. Presidiu também a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça da Assembléia.

Foi diversas vezes prefeito de Monte Santo. Eleito deputado federal pelo PRM em 1915, teve o mandato sucessivamente renovado em 1918, 1921, 1924 e 1927. Na Câmara Federal, fez parte da Comissão de Redação, foi suplente da mesa e presidiu a Comissão de Poderes. Fez também parte da comissão executiva do PRM, do qual foi secretário de 1922 a 1926. Em 1927 representou o governo de seu estado no Congresso do Café em São Pauto. Apoiou a candidatura de Getúlio Vargas à presidência da República pela Aliança Liberal no pleito de março de 1930, no qual voltou a se eleger deputado federal. Participou, em seu estado, das articulações da Revolução de Outubro de 1930 que, vitoriosa, depôs o presidente Washington Luís no dia 24 desse mês e dissolveu todos os órgãos legislativos do país, interrompendo os mandatos parlamentares.

Foi um dos fundadores, em janeiro de 1933, do Partido Progressista (PP) de Minas Gerais, de cuja comissão diretora participou. Em maio desse ano foi eleito nessa legenda deputado à Assembléia Nacional Constituinte, que iniciou seus trabalhos em novembro. No mês seguinte, teve seu nome incluído numa das duas listas formuladas pelo PP e apresentadas como alternativas para ocupar a interventoria em Minas Gerais, vaga com a morte de Olegário Maciel ocorrida em setembro. A escolha do presidente Getúlio Vargas, que terminou contando com o apoio do PP, recaiu, no entanto, em Benedito Valadares, que se encontrava desvinculado de qualquer dos grupos mineiros.

Como líder da bancada mineira na Assembléia pronunciou-se, em 9 de março de 1934, contra a tendência de transformar a Constituinte em Assembléia ordinária. No mês seguinte, antes do pronunciamento oficial de seu partido, declarou seu compromisso de votar em Getúlio Vargas para presidente da República e assinou um manifesto de lançamento dessa candidatura, juntamente com Antônio Carlos Ribeiro de Andrada, presidente da Constituinte.

Em maio do mesmo ano participou de reunião com as principais lideranças constituintes para acertar uma fórmula que fixasse o calendário político eleitoral de modo a que, entre a dissolução da Constituinte e a instalação da Assembléia ordinária, não houvesse um espaço muito grande de tempo, o que obrigaria o Poder Executivo a governar através de decretos-leis, possibilidade que estava desagradando a diversas bancadas. Com a promulgação da nova Constituição (16/7/1934) e a eleição do presidente da República no dia seguinte, teve seu mandato prorrogado até maio de 1935. Nas eleições de outubro de 1934 candidatou-se novamente a deputado federal na legenda do PP, mas obteve apenas uma suplência. Em 1935, foi eleito senador pela Assembléia Constituinte de seu estado. Assumindo o mandato no mesmo ano, exerceu-o até o dia 10 de novembro de 1937, quando, com o advento do Estado Novo, foram suprimidos todos os órgãos legislativos do país. No Senado, presidiu a Comissão de Economia e Finanças e foi líder da maioria e presidente da Casa.

Após deixar o mandato de senador, tornou-se ministro-conselheiro do Tribunal de Contas do Distrito Federal, no Rio de Janeiro.

Colaborou em diversos jornais de São Paulo e de Minas Gerais e foi redator do Comércio e Lavoura, de Monte Santo.

Foi um dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG).

Valdomiro Magalhães faleceu no Rio de Janeiro no dia 14 de janeiro de 1944.

Era casado com Georgina Moreira Maciel de Magalhães, filha do conselheiro Francisco Antunes Maciel, deputado-geral de 1881 a 1889, ministro do Império em 1883, um dos chefes do Partido Federalista do Rio Grande do Sul e deputado federal de 1906 a 1911. Sua mulher era também irmã de Francisco Antunes Maciel Júnior, que foi deputado federal pelo Rio Grande do Sul de 1915 a 1917 e de 1921 a 1923, revolucionário em 1923, novamente deputado federal de 1924 a 1926, revolucionário em 1930 e ainda ministro da Justiça de 1932 a 1934, e de Artur Antunes Maciel, interventor federal em Mato Grosso de 1931 a 1932.

 

FONTES: ABRANCHES, J. Governos; ARQ. GETÚLIO VARGAS; ASSEMB. LEGISL. MG. Dicionário biográfico; ASSEMB. NAC. CONST. 1934. Anais (1); Boletim Min. Trab.; CÂM. DEP. Deputados; CONSULT. RAMOS, P.; Diário do Congresso Nacional; FUND. GETULIO VARGAS. Cronologia da Assembléia; GODINHO, V. Constituintes; HORTA, C. Família; Ilustração Brasileira (7/9/22); LEITE, A. História; NABUCO, C. Vida; Rev. Arq. Públ: Mineiro (12/76); SENADO. Anais (28/4/35); VELHO SOBRINHO, J. Dic.

 

 

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