VIEIRA,
Paulo José de Lima
*pres.
CVRD 1964-1965.
Paulo
José de Lima Vieira nasceu em Ouro Preto (MG) no dia 11 de março de 1916,
filho de Alcindo da Silva Vieira e de Maria das Mercês de Lima Vieira.
Fez
seus estudos primários no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Belo Horizonte,
no período de 1922 a 1925. No ano seguinte iniciou o curso secundário no
Colégio Arnaldo, também em Belo Horizonte, concluindo-o em 1931.
Formou-se
em engenharia civil em 1937 pela Escola de Engenharia da Universidade Federal
de Minas Gerais (UFMG), onde foi monitor do curso de química, no período de
estudante, e mais tarde professor da cadeira de pontes e grandes estruturas,
entre 1939 e 1946.
Em
1949, tornou-se presidente da Sociedade Mineira de Engenheiros, cargo que ocupou
até o ano seguinte. Cinco anos depois, assumiu a presidência do Sindicato da
Construção Civil de Belo Horizonte, na qual permaneceu até 1960. No exercício
desta função, atuou também como membro do conselho de representantes da
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais.
Presidente
da Companhia Siderúrgica Nacional durante o curto governo do presidente Jânio
Quadros (janeiro a agosto de 1961), tornou-se o primeiro presidente da
Metamig-Metais de Minas Gerais S.A., nomeado pelo governador José de Magalhães
Pinto. Ocupou este cargo, nos anos de 1962 e 1963, tendo elaborado o primeiro
relatório preliminar da Aço Minas Gerais S.A. (Açominas), que recomendava a
implantação de sua usina siderúrgica na região de Igarapé. Com base neste
relatório realizou contatos com importantes grupos siderúrgicos e financeiros
na Europa e nos Estados Unidos, com o objetivo de obter recursos para a
Açominas. Durante sua gestão, a Metamig realizou estudos e ensaios técnicos que
demonstraram a viabilidade da implantação dos minerodutos como via de
transporte do minério de ferro entre o Quadrilátero Ferrífero e o litoral
atlântico.
Em
abril de 1964, foi empossado na presidência da Companhia Vale do Rio Doce
(CVRD), substituindo Eliézer Batista logo após o movimento político-militar que
derrubou o presidente João Goulart, por indicação do novo ministro das Minas e
Energia, Mauro Thibau. Em sua gestão, consolidou o primeiro contrato de venda
de minério para o Japão, assinado anteriormente, tendo inclusive chefiado uma
missão que lançou as bases para o fechamento de um segundo contrato. Deu
prosseguimento às obras no porto de Tubarão (ES) e manteve os compromissos
assumidos com as mineradoras Samitri e Ferteco, que necessitavam da ligação
ferroviária Costa Lacerda-Fábrica para exportar o seu produto. Em janeiro de
1965, afastou-se do cargo por discordar da política governamental definida por
Castelo Branco para o setor de mineração, em especial a concessão dada às
companhias mineradoras particulares para a construção e uso de terminais
privados especializados em embarque de minérios. Lima Vieira chegou a enviar
uma carta ao presidente da República, marechal Castelo Branco, sugerindo que
não fosse feita a concessão de um terminal à Hanna Mining Corporation, empresa
de mineração norte-americana prestes a instalar-se no Brasil, sob a alegação
de que esta burlara o Código de Minas para obter cerca de 27 concessões de
mineração. Foi substituído na presidência da Vale por Oscar de Oliveira.
Em
1968, tornou-se membro da diretoria da Companhia Mineira de Cimento Portland,
onde permaneceu até 1971. Nesse mesmo ano, retornou à vida pública a convite do
governador mineiro Rondon Pacheco, assumindo a secretaria de Planejamento e
Coordenação Geral e a vice-presidência do Conselho Estadual de Desenvolvimento.
Como secretário, criou e organizou o Sistema Estadual de Planejamento, o
Instituto Estadual de Estatística (antigo Departamento de Estatística), o
Instituto de Geo-Ciências Aplicadas (fusão dos antigos departamentos de
Geografia e Geologia), a Companhia de Distritos Industriais (antigo
Departamento de Industrialização), o Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec)
e a Superintendência de Articulação com os Municípios (Supam). Ocupou esses
cargos até o final de 1973.
Em
seguida retornou à iniciativa privada, na condição de diretor-presidente da
Construtora Alcindo Vieira-Convap (mais tarde, Convap-Engenharia e Construções
S.A.), uma das maiores empreiteiras de serviço pesado do país. Mais tarde,
tornou-se presidente do conselho de administração da mesma empresa.
Ao
longo da sua vida profissional, foi também membro do conselho consultivo da
Companhia Siderúrgica Manesmann, do qual veio a tornar-se presidente.
Casou-se
com Ilca Rocha Vieira, com quem teve três filhos.
FONTES:
Currículo; Entrevista com o biografado.