CONFEDERAÇÃO
SINDICAL UNITÁRIA DO BRASIL (CSUB)
Organização sindical de orientação comunista fundada em 30 de
abril de 1935 no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, com o objetivo de
promover e coordenar a mobilização operária em todo o país. Era ligada à
Aliança Nacional Libertadora (ANL), organização de massas antifascista e
antiimperialista surgida em março daquele mesmo ano.
A
criação da Confederação Sindical Unitária do Brasil (CSUB) foi uma das
principais medidas tomadas no I Congresso Nacional de Unidade Sindical,
realizado no Rio, na sede da União dos Empregados do Comércio, entre os dias 28
de abril e 1º de maio de 1935. Patrocinado pelos comunistas, o congresso contou
com a participação de cerca de trezentos delegados de vários estados
brasileiros que ligados a sindicatos fora do controle do Ministério do
Trabalho, diziam representar quinhentos mil trabalhadores. Compareceram ainda
ao conclave delegações de camponeses e de trabalhadores rurais.
Durante os quatro dias em que se desenrolou o congresso,
foram discutidos temas como a questão salarial, a higiene do trabalho, o seguro
social, o direito de sindicalização para os empregados da marinha mercante, e
os próprios estatutos da futura CSUB. Entre as principais reivindicações
levadas ao plenário destacavam-se a instituição de um salário mínimo único em todo
o país, a garantia de emprego, o estabelecimento de um sistema de seguro social
que amparasse os doentes, os desempregados, os velhos e os acidentados, o
cumprimento da jornada de trabalho de oito horas pelos patrões, e o controle
pelos sindicatos dos contratos coletivos de trabalho.
Na última reunião do congresso, os participantes decidiram
por unanimidade proclamar o apoio integral do operariado ao programa
antiimperialista e antifascista da ANL. Por sua vez, na solenidade comemorativa
do Dia do Trabalho, realizada na esplanada do Castelo, no Rio, os aliancistas
saudaram a formação da confederação como uma importante conquista do
proletariado brasileiro.
A direção da CSUB foi integrada, entre outros membros, por
Oto Iockibier (presidente), Aluísio Cisneiros, da União dos Empregados do
Comércio do Distrito Federal (vice-presidente), Spencer Bittencourt, do
Sindicato dos Bancários do Rio (secretário-geral), e Iguatemi Ramos, do
Sindicato dos Gráficos do Rio (primeiro-secretário).
Após o congresso nacional, “célula inicial da CSUB”, o
trabalho de organização da confederação teve continuidade através da realização
de congressos regionais e locais de diversas categorias profissionais como
gráficos, bancários, metalúrgicos, marítimos e ferroviários. A Manhã, diário
porta-voz do movimento aliancista no Rio, dava ampla cobertura a atividades
promovidas pelo CSUB, do mesmo modo que às das demais organizações vinculadas à
ANL, como a União Feminina do Brasil e a Frente Única Popular Antiintegralista.
Apoiando
todas as iniciativas da Aliança Nacional Libertadora, no final de maio de 1935 a confederação enviou um representante para o comitê da Frente Única contra o Imperialismo e o
Fascismo, organismo criado pela ANL. No dia 9 de junho, a CSUB, juntamente com
os aliancistas, organizou em Petrópolis (RJ) uma concentração antiimperialista.
Nessa ocasião, integrantes da Ação Integralista Brasileira (AIB), organização
de extrema-direita que teve grande atuação na década de 1930, dispararam sobre
a multidão, matando um operário, o que provocou a decretação de greve geral na
cidade.
A
CSUB opôs-se frontalmente ao governo federal quando este fechou a ANL em 11 de
julho de 1935, acusando-a de ser filiada à III Internacional Comunista e de
receber financiamento da União Soviética. Em 3 de agosto, a confederação
iniciou uma campanha nacional pela implantação do salário mínimo unificado no
país e pelo aumento geral e imediato dos salários. Ainda naquele mês, a CSUB
participou das eleições de vereadores classistas para a Câmara Municipal do Rio
de Janeiro. No dia 21, a entidade lançou um comunicado no qual afirmava que os
delegados-eleitores deveriam votar nos candidatos que se comprometessem a lutar
pelas reivindicações por ela defendidas. O dirigente da CSUB Iguatemi Ramos foi
o candidato mais votado no primeiro escrutínio das eleições.
FONTES: HARDING, T.
Political; Manhã, Rio (1, 2, 15 e 23/5, 1, 6 e 18/6/30; 7, 22 e
27/8/35).