INSTITUTO
BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL (IBAM)
Associação civil
de caráter técnico-educativo, sem fins lucrativos, criada em 01 de outubro de
1952 por casião do II Congresso Nacional de Municípios, organizado pela
Associação Brasileira de Municípios na cidade de São Vicente(SP). Foi
reconhecido como órgão de utilidade pública pelo governo federal em 19 de
novembro de 1953 e, também, pelo governo do Estado do Rio de Janeiro em 04 de
agosto de 1993, além de ser instituição de caráter filantrópico por resolução
de 08 de maio de 1974 do Conselho Nacional de Serviços Sociais.
De acordo com os seus estatutos, o IBAM se propunha a estudar a organização
administrativa e o funcionamento dos serviços municipais e urbanos, tendo em
vista seu constante aperfeiçoamento. Para tanto deveria realizar pesquisas e
promover a divulgação de idéias práticas capazes de contribuir para o
desenvolvimento da administração municipal e dos serviços urbanos, prestando
assistência técnica a prefeituras, câmaras municipais e outras entidades e
facultando o intercâmbio de informações e experiências. Cabia-lhe ainda manter
cursos de governo e administração municipal, desenvolver outras atividades
visando à formação de profissionais nessa área e articular-se com instituições
especializadas nacionais e estrangeiras.
Embora mantendo-se fiel a sua missão de fortalecimento e capacitação dos
municípios, o IBAM ampliou suas atividades e passou a se dedicar ao
aprimoramento da Administração Pública em todos os seus níveis, tanto no âmbito
nacional como no internacional, tendo em vista a melhoria das condições de vida
da população.
O Instituto foi dirigido por um Conselho de Administração, composto por dez membros,
auxiliado por um Superintendente Geral nomeado pelo próprio Conselho. Os
Conselhos de Administração e Fiscal, de três membros, são eleitos pela
Asembléia Geral composta por 50 membros vitalícios.
Os integrantes da Assembléia e dos Conselhos não percebiam qualquer tipo de
remuneração. O Superintendente Geral era auxiliado por Superintendentes de
áreas e três assessores.
Em 1954, foi eleito o primeiro conselho de administração do IBAM, do qual
faziam parte Luís Simões (presidente), Rafael da Silva Xavier, Saturnino de
Brito, Osvaldo Trigueiro, J.M. dos Santos Araújo Cavalcanti, Rômulo de Almeida,
Adroaldo Tourinho Junqueira Aires, Cleantho de Paiva Leite (diretor executivo)
e J. Teixeira Machado Júnior (diretor adjunto).
Entre
as relações institucionais que o Instituto manteve nos princípios de sua
história, destacam-se aquelas desenvolvidas com o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE), do qual Cleantho Leite, seu Diretor
Executivo, era um dos diretores, a Escola Brasileira de Administração Pública
(EBAP), da Fundação Getúlio Vargas, e o Conselho Técnico de Economia e Finanças
do Ministério da Fazenda que possibilitaram a organização, preparação e envio
de sua publicação
Notícias Municipais.
A EBAP também colaborou para a organização da primeira missão de assistência
técnica do Instituto, que visava a reorganização administrativa da Prefeitura
de Vitória.
Do ponto de vista do apoio financeiro, um vínculo fundamental para a
consolidação do IBAM foi com o Ministério da Educação e Cultura. De l954 a
l964 as subvenções deste ministério foram sua principal fonte de recursos,
permitindo ao Instituto um volume de atividades permanentes, as quais, por sua
vez, possibilitaram a obtenção de outras receitas mediante a filiação de
municípios e a prestação de serviços a Prefeituras e outros órgãos.
Entre as características do IBAM destacam-se as seguintes: o apartidarismo
político; a fidelidade a um conjunto de valores nucleares, ligados à
descentralização político-administrativa, à democracia e à cidadania; a
doutrina própria; a busca da sobrevivência através da prestação de serviços; a
defesa dos interesses dos Governos locais e o apoio técnico permanente aos
movimentos e entidades municipalistas.
Atividades
A
missão do IBAM era “promover - com base na ética, transparência e independência
partidária – o desenvolvimento institucional do município como esfera autônoma
de governo, fortalecer sua capacidade de formular políticas, prestar serviços e
fomentar o desenvolvimento local, objetivando uma sociedade democrática e a
valorização da cidadania”.
A partir desta missão, o Instituto passou a oferecer seviços principalmente
para governos locais, mas também tem como clientes órgãos estaduais, federais,
internacionais e entidades da sociedade civil.
As atividades desenvolvidas pelo IBAM eram as seguintes: a) estudos e pesquisas
voltados ao aperfeiçoamento de instrumentos e de processos de gestão
governamental e urbana, sobretudo os que afetam o campo de atuação dos governos
locais e a prestação de serviços públicos; b) ensino, dirigido à formação de
servidores públicos, agentes políticos e sociais, realizando programas de
ensino em suas próprias instalações ou de forma descentralizada, em
localidades brasileiras ou dos continentes latino-americano e africano.
Realizava ainda ensino a distância seja oferecendo programas de cursos por
correspondência ou via INTERNET; c) assistência técnica local, prestada a
governos municipais, estaduais e nacionais, inclusive de outros países, voltada
ao desenvolvimento institucional, ao aperfeiçoamento da gestão de serviços
públicos e dos instrumentos de planejamento municipal e urbano; d) assistência
técnica à distância, oferecida às Prefeituras e Câmaras Municipais e outras entidades
associadas ao Instituto, concentrando-se tais serviços na área de Consultoria
sobre assuntos relacionados à organização e ao funcionamento dos governos
municipais e seus poderes; e) difusão da informação, com suas publicações
regulares e também via INTERNET, através do TELEIBAM.
Visando melhorar o desempenho de suas funções e adaptar-se às novas demandas, o
IBAM passou em 1995 por um processo de reestruturação que resultou em um novo
desenho de sua organização interna que, hoje, se apresenta como descrito
adiante.
A
Superintendência Geral passou a ser assessorada pelas assessorias Internacional
e Institucional.
A Escola Nacional de Serviços Urbanos (ENSUR) se
constituiu em outra importante área de atuação do IBAM, cuja função era
capacitar agentes públicos e sociais visando a qualificação do setor público e
o aprimoramento de suas relações com a sociedade, mediante a concepção e a
realização de programas de ensino, nos campos de administração e governo local
e da cidadania. Esta era uma das áreas mais antigas da instituição, havendo
sido criada em 1969 e ministrado, desde aquele ano, cursos de diversos níveis,
tanto cursos rápidos, de nível técnico, como cursos de pós-graduação. Até
fins de 1995, já haviam passado pelos cursos do IBAM 178.532 alunos.
A
área de Desenvolvimento
Econômico e Social
reunia alguns núcleos já existentes na instituição e outros criados para
responder a novas demandas. Esta área objetiva contribuir, através de estudos,
pesquisas e projetos, para aprimorar a atuação do Município como agente
promotor de desenvolvimento, visando a redução das desigualdades econômicas e
sociais, mediante ações voltadas para a universalização, melhoria da qualidade
e eficiência da prestação dos serviços públicos sociais, pelos agentes do poder
local; pela ampliação da atuação do Governo Municipal no campo do fomento
econômico; e pela promoção da cidadania. Ela era composta dos seguintes
núcleos: “Mulher e Políticas Públicas”, “Saúde”, “Direitos Humanos e Cidadania”
e “Economia Local”.
A área de Desenvolvimento
Urbano e Meio Ambiente objetivava
promover o Município como agente do desenvolvimento, sobretudo no que toca às
relações entre as dimensões urbana, rural e ambiental, visando a melhoria da
qualidade de vida da população. Para efetivar seus objetivos, deveria gerar
conhecimento e informações, promover estudos e pesquisas, realizar projetos de
consultoria, assistência técnica e desenvolver programas de capacitação, em
articulação com as demais áreas do IBAM nos temas relativos a políticas de
desenvolvimento urbano, meio ambiente, infra-estrutura e equipamentos
públicos. Esta área era formada pelos seguintes núcleos: “Meio Ambiente”,
“Políticas e Estratégias Urbanas” e “Instrumentos e Projetos Urbanos”.
Outra área de grande importância era a de Organização
e Gestão, que
visava promover o Município como agente do desenvolvimento local, atuando em
seus aspectos político-governamental, organizacional e gerencial. Para
efetivar seus objetivos, esta área tinha como responsabilidades principais a
realização de estudos, pesquisas e projetos de assistência técnica nas áreas de
gestão de recursos humanos, finanças públicas, organização governamental e
administrativa e gestão de serviços públicos. Possuía ainda três núcleos, que
eram os seguintes: “Administração de Recursos Humanos”, “Finanças Públicas”, e
“Organização Governamental e Administrativa”.
A Consultoria Jurídica
era a área responsável pela disseminação e interpretação dos diversos ramos do
Direito junto aos governos e administrações municipais.
Difusão da Informação
era outra área da estrutura organizacional do IBAM que reúnia tanto antigas
atividades do Instituto como outras de origem mais recente. A função desta área
era estimular a produção e a divulgação de conhecimento técnico pelas diversas
áreas do Instituto, para isso contando com três núcleos: “Serviço de
Comunicação Eletrônica”, “Serviço Editorial”, e “Biblioteca”.
Por fim, o IBAM contava ainda com uma área Administrativo-Financeira
relacionada estritamente à
gerência interna.
No campo de sua atuação em nível internacional, o IBAM assinou convênios para
transmitir sua experiência e conhecimento na implantação ou no desenvolvimento
de instituições semelhantes em vários países, como Colômbia,Venezuela, Costa
Rica, Guatemala, Panamá, Equador, Paraguai, Bolívia, Irã e Canadá. Também foram
realizados vários projetos de assessoria técnica em países africanos, em
especial aqueles de língua portuguesa. Além disso, o Instituto foi convocado
por instituições como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização dos
Estados Americanos (OEA), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o
Banco Mundial (BIRD) para participar de missões especiais e grupos de estudo.
No âmbito nacional, convênios com instituições como o Banco Nacional de
Habitação (BNH), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Urbano (CNDU), e a
Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), entre outras, permitiram manter uma
atividade no campo da pesquisa e dos estudos urbanos.
Logo após sua criação, o IBAM passou a editar o Boletim
do IBAM,
que a partir de 1956 foi denominado Notícias
Municipais e
em 1961 transformou-se na Revista
de Administração Municipal que passou a ter em seu
título o adendo Municípios, para destacar o foco a que se dirigia a publicaç,ao, não havendo, no
entanto, mudado seu perfil editorial.
O Instituto publicava ainda regularmente um noticiário em português (Noticiário
IBAM), distribuído aos sócios-
colaboradores e por solicitação aos demais interessados, e noticiários em
espanhol e inglês (Noticiero
e Newsletter),
enviados mensalmente a instituições internacionais, autoridades estrangeiras e
representações diplomáticas brasileiras.
O site do IBAM entrou na Internet em 1993.
Nele eram informadas as publicações do IBAM, o Noticiário mensal, atividades e
dados de interesse dos municípios e podiam se acessados mais de 12.000
pareceres elaborados pela Consultoria Jurídica. Havia também links e outras
informações de interesse das administrações municipais.
As fontes de receita do
IBAM eram: contribuições dos municípios associados, contratos, convênios e
outros acordos com entidades governamentais das três esferas de governo e com
organismos internacionais, além de eventuais parcerias com entidades privadas.
A instituição mantinha
representações nos estados de São Paulo, Maranhão, Santa Catarina e em
Brasília, com o objetivo de aproximar-se dos municípios.
O IBAM também publicou com freqüência títulos de interesse das administrações
municipais, de estudantes e de agentes políticos. Podem-se citar entres estes A
Lei 4320 Comentada, já com trinta e duas edições, o Munual
do Prefeito, já com treze edições, O
Vereador e a Câmara
Municipal, três edições e O
Município e o Processo Legislativo.
FONTES:
E-MAIL (5/3/09); ENTREV. Jamil Reston; IBAM. Estrutura
organizacional;
IBAM
30 anos;
Portal IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Disponível em :
<http://www.ibam.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start. htm>;
RAM (n.173, out/dez, 1984). ENTREV.
Jamil Reston; Estrutura
Organizacional do IBAM-Relatório Final, maio 1996 (mimeo),
homepage
IBAM; INST. BRAS. ADMIN. MUNICIPAL, IBAM
30 ANOS 1952-1982;
IBAM, Documentos
de Divulgação; Rev.
Adminin. Municipal (173 out-dez 1984. Correspondência
via email com um técnico da instituição em 5 de março de 2009)