PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA (PCO)
Partido
político de inspiração trotskista fundado em 1996, originado da corrente Causa
Operária, ala da esquerda do Partido dos Trabalhadores (PT) e que dele foi
expulsa em 1990. Na fundação do Partido dos Trabalhadores, em 10 de fevereiro
de 1980, militantes trotskistas se filiaram à nova legenda e, ao participar de
seus quadros passaram a publicar um jornal, Causa
Operária,
que viria a denominar a corrente.
De
orientação estritamente classista, ou seja, vinculada à identidade de classe
trabalhadora, a Causa Operária ocupou um lugar de oposição ao campo majoritário
do PT, inclusive fazendo forte oposição à Assembléia Nacional Constituinte
(1987-1988) formada por deputados e senadores eleitos em 1986. A sucessão de embates travados pela corrente dentro do PT acirrou-se quando da candidatura de
Luís Inácio Lula da Silva à presidência em 1989, marcadamente devido às
alianças políticas engendradas naquele momento. Com o conflito os diretórios
municipais do PT sob direção da Causa Operária foram destituídos, culminando na
expulsão da corrente em 1990. Não obstante a expulsão os conflitos entre a
corrente e a direção do partido se seguiram nas campanhas daquele ano para os
cargos de deputado federal no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, o que
culminou em outras expulsões de militantes articulados junto à corrente e a
interdição judicial de atividade panfletária anti-PT da parte da Causa
Operária.
Foi
em apoio à formação da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR) que as
atividades da Causa Operária se estabeleceram junto ao movimento estudantil,
vindo a compor quadros da União Nacional dos Estudantes, ainda em 1990. Em
1991, todos os militantes que mantinham ligações extra-oficiais com a corrente
da Causa Operária foram expulsos do PT.
Ainda
sem se consolidar como partido, a Causa Operária apoiou com ressalvas a nova
candidatura de Luís Inácio Lula da Silva (PT) à presidência da república em
1994.
Foi
somente em 1995 que o registro temporário do Partido da Causa Operária (PCO)
foi emitido, com a mesma data da ata de convenção editada em 4 de dezembro do
mesmo ano, o que permitiu que em 1996 fossem lançadas candidaturas da legenda
às prefeituras de Salvador (BA; obteve 0,089% dos votos), João Pessoa (PB;
0,071% dos votos), São Bernardo (SP; 0,220 % dos votos) e Bauru (SP; 0,448% dos
votos), além de candidatos a vereador em São Paulo (SP; 0,018 % dos votos), Belo Horizonte (MG; 0,134% dos votos) e Aracajú (SE, 0,123% dos votos).
Em
1997 o PCO conseguiu o registro efetivo de partido político tendo lançado em
1998 um único candidato a um governo estadual, no Distrito Federal: Renan Rosa,
último colocado com 231 votos, 0,123% dos votos válidos.
Já
em 2002 o PCO apresentou 300 candidaturas nas eleições federais e estaduais
lançando o nome de Rui Costa Pimenta, presidente do partido, à Presidência da
República. Pimenta recebeu 38.616 votos (0,045%).
Em
2004, o PCO apresentou 36 candidatos a prefeito e 277 candidatos a vereador sem
eleger nenhum representante.
Nas
eleições gerais de 2006, o PCO apresentou 42 candidatos a deputado estadual, 30 a deputado federal, 14 candidatos a governos de estado e nove candidatos para o Senado Federal.
Mais uma vez não elegeu nenhum de seus candidatos.
Bernardo Curvelano
Freire
FONTES: Folha
de S.Paulo
(online). Disponível em : <http://ww1.folha.uol.com.br>. Acesso em : 15
out. 2009; Portal do PCO. Disponível em : <http:// www.pco.org.br
>. Acesso em : 15 out. 2009; Portal do TSE. Disponívvel em : <http:// www.tse.org.br>.
Acesso
em : 18 out. 2009.