PARTIDO TRABALHISTA
BRASILEIRO, PTB (1980- )
Partido político nacional fundado em 1980 por Ivete Vargas.
Luta
pela legenda
Recriar o antigo Partido Trabalhista Brasileiro, extinto em
1965 pelo Ato Institucional nº 2, foi um projeto acalentado por várias personalidades
políticas no contexto da redemocratização do país no final da década de 1970.
Tal objetivo torna-se plenamente compreensível quando se analisa a história
política do Brasil. O “velho” PTB tinha tido grande penetração entre as classes
populares no período 1945-1965, além de possuir uma trajetória de crescimento
constante, sobretudo na Câmara dos Deputados.
O
reaparecimento do PTB começou a ser discutido, 13 anos após sua extinção, por
dois grupos políticos. De um lado, um grupo de políticos exilados, liderados
pelo ex-governador gaúcho Leonel Brizola, planejava a reorganização da legenda,
uma vez que seu retorno ao Brasil era iminente com a redemocratização. Em 1979,
Brizola promoveu em Lisboa, juntamente com diversos políticos socialistas, entre
eles Mário Soares, o “Encontro dos trabalhistas do Brasil com trabalhistas no
exílio”. Cerca de 80 trabalhistas brasileiros foram a Lisboa para participar da
elaboração de uma carta contendo as bases programáticas do novo PTB, partido
que, dessa vez, se empenharia na defesa do “socialismo democrático”.
Um
outro grupo político também buscava o registro do novo PTB. Tal grupo, baseado em São Paulo, era liderado pela ex-deputada Ivete Vargas e contava ainda com Lutero Vargas e
Gilberto Mestrinho. Antes de iniciar sua luta pelo domínio da legenda, Ivete
Vargas fora ao encontro de Leonel Brizola em Lisboa, em 1978, em busca de um
acordo que acabou não se concretizando, pois Ivete não aceitava abdicar de sua
liderança na fundação do novo partido.
Inviabilizado
o acordo entre os dois grupos, ambos iniciaram uma luta pelo controle da
legenda. Já no final de 1978 Ivete iniciou a campanha pela rearticulação do PTB
tendo como grande bandeira a carta-testamento de
Getúlio Vargas. Ao mesmo tempo, criticava duramente Brizola por suas tentativas
de ligar o PTB ao socialismo, em detrimento de uma postura essencialmente
nacionalista. Tendo em vista o fracasso de suas tentativas de aproximação com o
ex-governador, passou a acusá-lo de ter sido responsável pelo que chamou de “radicalização”
do governo João Goulart.
Em setembro de 1979, beneficiado pelo projeto de anistia do
governo João Figueiredo (1979-1985) aprovado em agosto, Leonel Brizola retornou
ao país e, juntamente com seu grupo político, formado por nomes como Doutel de
Andrade, Luís Fernando Bocaiúva Cunha, Valdir Pires e Darci Ribeiro, ingressou definitivamente na batalha pela posse do PTB.
O critério que definiu a posse da legenda foi a data em que
cada grupo encaminhou seu pedido de registro ao Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). Ivete Vargas se antecipara à extinção do bipartidarismo, decretada em 29
de novembro de 1979. Seu pedido de registro fora encaminhado no dia 21 desse
mês, enquanto o grupo comandado por Brizola só pediria o registro uma semana
depois. Tal atraso acabaria sendo fatal para as pretensões do grupo brizolista,
uma vez que, em maio de 1980, o TSE deferiu o pedido de Ivete Vargas,
concedendo-lhe o registro provisório do novo PTB.
O grupo ligado a Leonel Brizola denunciou a decisão do TSE
como sendo uma “manobra” realizada pelo governo federal com o intuito de
transformar o PTB em um partido “patronal”. Ivete Vargas passaria a pregar o
caráter de oposição de seu partido, mas de uma oposição “patriótica e não
demagógica” e “disposta ao diálogo”. A nova legenda nascia disposta ainda a
abranger “todos os segmentos da sociedade brasileira, inclusive o empresariado
nacional”. Perdida a batalha, Brizola, por sua vez, fundaria seu próprio
partido: o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Em fevereiro de 1981 alguns jornais e revistas brasileiros
publicaram matéria informando que Ivete Vargas teria, de fato, contado com a
ajuda do general Golberi do Couto e Silva, ministro chefe do Gabinete Civil da
Presidência da República, para obter o registro do PTB. Os papéis referentes ao
registro do partido teriam tramitado pelo palácio do Planalto, contando com a
colaboração de Alberto Eduardo Costa, subchefe do Gabinete Civil, e teriam
seguido de Brasília para o Rio no malote da Agência Nacional. Em novembro ainda
de 1981 o TSE concedeu o registro definitivo do PTB a Ivete Vargas.
Em
março de 1981, o PTB contava com cinco deputados. Até o final do ano, tinha
recebido a adesão da ex-lacerdista Sandra Cavalcanti e do ex-presidente Jânio
Quadros. Contava também com petebistas “históricos”, como Gilberto Mestrinho,
do Amazonas (que ficaria apenas até 1982), e Aarão Steinbruch, do Rio de
Janeiro. Vários parlamentares entrariam em seus quadros em 1982, descontentes
com a fusão do Partido Polular (PP) com o Partido do Movimento Democrático
Brasileiro (PMDB). Assim, em agosto de 1982 o PTB já tinha a terceira maior
bancada do Congresso, com 14 deputados e dois senadores.
Atuação
O ano de 1982 marcou o reencontro dos brasileiros com as
eleições diretas para os governos estaduais. O PTB lançou candidatos a
governador em dez estados da Federação, entre eles Sandra Cavalcanti no Rio de
Janeiro e Jânio Quadros em São Paulo. Nenhum governador foi eleito pelo
partido, como também nenhum senador. Para a Câmara dos Deputados foram eleitos 13
representantes, oito de São Paulo e cinco do Rio de Janeiro. Em São Paulo, Ivete Vargas obteve a maior votação entre os eleitos pelo partido, com 265 mil
votos. Dezoito deputados estaduais foram eleitos em todo o país, 11 em São Paulo e sete no Rio de Janeiro. Também em todo o país foram eleitos sete prefeitos do
PTB.
Em 1983, começou a se tornar clara a necessidade de um apoio
efetivo do PTB ao governo Figueiredo, para que este obtivesse maioria no
Congresso. O Partido Democrático Social (PDS), governista, contava com 235
deputados, contra 231 dos partidos de oposição. Entre as duas facções restavam
os 13 deputados do PTB, disputados por ambas as partes. O ponto alto dessa
disputa ocorreu quando entrou em discussão o Decreto nº 2.065, que estabelecia
novas regras para a política salarial dos trabalhadores. O decreto previa
reajustes salariais por faixas: a totalidade da inflação para quem ganhava até
três salários mínimos, 80% da inflação de três a sete mínimos, 60% de sete a 15
mínimos e 50% para quem recebesse mais de 15 mínimos. Previa-se ainda a
extinção das faixas em 1985.
Após intensas negociações, o PTB acabou por selar um acordo
com o governo federal, elevando a bancada governista para 248 deputados. Em
novembro, o líder do PTB na Câmara, Celso Peçanha, em telefonema a Nélson
Marchezan, então líder do governo, garantiu os votos de pelo menos nove dos 13
parlamentares do PTB em favor do Decreto nº 2.065. Em troca, o PTB obteve
a promessa de cargos na administração federal, em especial em empresas estatais
como as Telecomunicações de São Paulo S.A. (Telesp), a Light e a Companhia
Brasileira de Alimentos (Cobal). O partido também conseguiu mudanças no
decreto, de forma a beneficiar trabalhadores que recebessem até sete salários
mínimos.
No início de janeiro de 1984, o PTB perdeu sua maior
liderança. Ivete Vargas faleceu, aos 57 anos, vítima de um câncer contra o qual
lutava desde 1981. Membros do governo federal, como Nélson Marchezan, passariam
então a preocupar-se com a manutenção do acordo político celebrado em 1983.
Integrado à bancada parlamentar governista, o PTB haveria de
se posicionar em relação a importantes temas de governo. Uma das principais
questões a movimentar o cenário político brasileiro no ano de 1984 foi a
votação da emenda constitucional apresentada pelo deputado Dante de Oliveira,
que restabelecia as eleições diretas para a presidência da República. A
votação, ocorrida no mês de abril, se fez em meio a um clima de grande
mobilização nacional, com grandes comícios nas principais capitais, no que
ficou conhecido como a campanha das Diretas Já. No entanto, a oposição foi
derrotada por 22 votos. A bancada do PTB, em sua maioria, votou favoravelmente
à emenda. Na véspera da votação, o deputado fluminense Jorge Cury se desligou
do partido, deixando o PTB com 12 parlamentares, dos quais 11 disseram sim e
um, Mendonça Falcão, de São Paulo, se ausentou.
Derrotada no Congresso, a emenda das eleições diretas sairia
de cena para dar lugar a intensas articulações políticas com vistas ao
lançamento de candidatos à eleição indireta para a presidência da República. As
atenções voltaram-se para o Colégio Eleitoral que se reuniria em janeiro de
1985. O PTB não chegou a participar com destaque nas negociações que resultaram
no lançamento da candidatura de Tancredo Neves, do PMDB, à presidência, mas
contribuiu, com os votos de seus parlamentares, para a vitória no Colégio
Eleitoral da chapa Tancredo Neves-José Sarney, formada por acordo entre o PMDB
e dissidentes do PDS. Com a posse de Sarney em virtude da doença e morte de
Tancredo, o PTB se posicionou favoravelmente ao novo governo. Enfraquecida pela
saída de parlamentares descontentes do PMDB, a base de sustentação do governo
obteve o reforço do PTB que, em troca, recebeu o governo do território de Roraima,
entregue a Getúlio de Sousa Cruz.
Nas
eleições dos prefeitos de capitais de 1985, o PTB obteve sua primeira grande
vitória eleitoral com Jânio Quadros em São Paulo. Jânio derrotou Fernando Henrique Cardoso em eleição decidida nos últimos dias de
campanha, e se tornou o primeiro prefeito petebista de capital eleito pelo voto
direto. No Rio, o candidato do PTB à prefeitura foi o empresário Fernando Carvalho, que ficou em sétimo lugar, com 1,90% dos votos válidos. O partido conseguiu
eleger ainda 12 prefeitos em outros municípios do país onde houve eleição
(estâncias hidrominerais e áreas de segurança nacional).
Em
1986, novamente o país foi às urnas, dessa vez para escolher governadores,
senadores, deputados federais constituintes e deputados estaduais. O PTB se
empenhou num esforço de renovação de seus quadros, procurando atrair nomes
importantes para a legenda. Um deles foi o do empresário Antônio Ermírio de
Morais que, sem espaço no PMDB, ocupado por Orestes Quércia, filiou-se ao PTB
em maio para disputar o governo de São Paulo. Em apenas dois estados o PTB
lançou candidatos a governador: além de Antônio Ermírio, em São Paulo, Lúdio Coelho, no Mato Grosso do Sul.
As eleições de 1986 ficaram conhecidas como as “eleições do
Cruzado”, em referência ao plano econômico que reduzira drasticamente os
índices de inflação e elevara substancialmente o prestígio do presidente José
Sarney e do PMDB. Nesse cenário, o PMDB acabou elegendo todos os governadores
do país, com exceção do de Sergipe, onde o eleito pertencia ao Partido da
Frente Liberal (PFL). Enquanto Antônio Ermírio foi derrotado por Orestes
Quércia em São Paulo, no Rio o PTB apoiou a candidatura vitoriosa de Moreira
Franco, do PMDB. O PTB não elegeu nenhum senador, mas fez 17 deputados, sendo
nove de São Paulo, três do Rio de Janeiro, dois de Roraima, um do Mato Grosso
do Sul, um de Minas Gerais e um de Alagoas. Para as assembléias legislativas de
todo o Brasil o partido elegeu 43 deputados, a maioria (13) em São Paulo.
O
fraco desempenho do PTB em 1986 levou a um princípio de crise no partido. Três
meses após as eleições, Antônio Ermírio de Morais deixou suas fileiras, apesar
dos esforços para mantê-lo filiado. O partido aumentara sua bancada na Câmara e
mantivera seu único senador, o potiguar Carlos Alberto de Sousa, que migrara
para o PTB em 1985. Ainda assim novas mudanças estavam programadas para a
legenda. No final do ano, o partido decidiu apoiar oficialmente o governo
Sarney. O acordo acabaria selado em fevereiro do ano seguinte, com a promessa
de que seriam entregues ao PTB cargos no segundo escalão do governo.
Na Constituinte, a atuação do PTB foi marcada por grandes
oscilações. De um lado, os parlamentares do partido integravam o Centrão,
movimento político suprapartidário de tendências conservadoras criado em 1987
em reação ao anteprojeto da Comissão de Sistematização, que previa itens como
“estabilidade total no emprego” e “expropriação da propriedade para fins de
reforma agrária”. De outro, o partido chegou a discordar publicamente do
Centrão, que planejava suprimir vários pontos do anteprojeto, e teve três
representantes na Comissão de Sistematização: os deputados paulistas Francisco
Rossi, Gastone Righi e Joaquim Bevilacqua. Righi foi o autor da emenda que
limitava a semana de trabalho a 44 horas, enquanto Rossi conseguiu que sua
emenda da aposentadoria proporcional aos 30 anos de serviço fosse aprovada. Ao
todo, os 20 constituintes do partido apresentaram 2.383 propostas, das quais
foram aprovadas 481.
Segundo
os dados do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), a
bancada do PTB na Constituinte se dividiu em várias questões na hora de votar
algumas das principais emendas da nova Constituição. O partido apoiou, de forma
quase unânime, a aposentadoria proporcional, mas se dividiu quanto ao
presidencialismo; rejeitou, em sua maioria, a reforma agrária e apoiou os cinco
anos de mandato para o presidente José Sarney, mas se dividiu quanto à
estabilidade no emprego e à jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Encerrados os trabalhos da Constituinte, as atenções do país
voltaram-se para as eleições municipais de novembro de 1988. O PTB esperava ter
um desempenho superior, pelo menos, ao das eleições de 1986. De fato, o partido
teve bons resultados, conquistando três prefeituras de capitais, com Sahid
Xerfan em Belém, Lúdio Coelho em Campo Grande e Francisco Erse em Porto Velho. Em todo o Brasil, foram eleitos 332 prefeitos petebistas, o que fez do
partido o quarto em número de prefeituras conquistadas. No Rio de Janeiro e em São Paulo, o PTB teve como candidatos, respectivamente, o deputado federal Roberto Jefferson
e o ex-secretário municipal de Planejamento, Marco Antônio Mastrobuono, ambos
derrotados.
Em
1989, o Brasil viveria a primeira eleição presidencial direta depois de 29
anos. No início do ano os principais partidos começaram a apontar seus
candidatos ao pleito de novembro, mas não foi esse o caso do PTB, que demorou a
se definir e chegou a ter seu apoio disputado por várias outras legendas. O
partido se viu dividido entre o apoio a Leonel Brizola, do PDT, a Fernando
Collor de Melo, do Partido da Reconstrução Nacional (PRN), e o lançamento de
candidatura própria. A legenda, que detinha dez minutos no horário eleitoral
gratuito, foi intensamente disputada, e acabou por lançar seu próprio
candidato. O escolhido foi o senador paranaense Afonso Camargo, que conseguiu
60% dos votos na convenção realizada em julho. Camargo, no entanto, não conseguiria unir o partido, verificando-se, no decorrer da
campanha, vários casos de apoio de petebistas a outras candidaturas. Camargo
não obteve boa votação, chegando em 11º lugar, com apenas 379.262 votos,
ou 0,56% dos votos válidos. A maior votação do candidato do PTB ocorreu em sua
terra natal, o Paraná, onde recebeu 2,01% dos votos válidos.
No segundo turno da eleição presidencial, disputado por
Fernando Collor e Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT),
o PTB apoiou a candidatura de Collor. No Rio de Janeiro, o presidente regional
do partido, Fábio Raunhetti, engajou todas as bases municipais na campanha do
candidato do PRN. Eleito presidente, Fernando Collor receberia o apoio integral
do PTB, em acordo formalizado em março de 1990 pelo deputado federal Gastone
Righi.
Nas eleições de 1990, o PTB teve um desempenho superior em relação
às de 1986. O partido elegeu dois governadores, Pedro Pedrossian, do Mato
Grosso do Sul, e Otomar Pinto, de Roraima, e quatro senadores: Jonas Borges, do
Amapá; Marluce Pinto, de Roraima; José Eduardo Andrade Vieira, do Paraná; e
Valmir Campelo, de Brasília. Foram eleitos 38 deputados federais, a maioria em
Rondônia (sete) e São Paulo (seis), e 79 deputados estaduais em todo o Brasil.
Alguns membros do PTB, como o deputado Roberto Jefferson, do
Rio de Janeiro, permaneceram até o fim do governo Collor emprestando apoio ao
presidente, a despeito das conclusões da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) que levantou graves acusações contra a probidade de sua administração.
Alguns dias antes da votação que autorizaria a abertura do processo de impeachment e por conseguinte afastaria o presidente, em 29 de setembro
de 1992, um jantar de apoio a Collor foi oferecido pelo deputado Onaireves
Moura (PTB-PR), com a presença de vários deputados petebistas. De toda forma, o
PTB, em sua maioria, votou pelo afastamento do presidente: dos 30 deputados da
legenda, 25 votaram a favor e quatro contra. Foram estes Félix Mendonça e Luís
Moreira, da Bahia, Nélson Marquezelli, de São Paulo, e Roberto Jefferson. Um
deputado se absteve: Gastone Righi.
Após o afastamento de Fernando Collor o PTB continuou a ser
um partido situacionista, uma vez que passou a apoiar e a integrar o governo
Itamar Franco. O partido seria representado no governo pelo ministro da
Indústria e Comércio, senador José Andrade Vieira. O PTB apoiou também o
candidato do governo à sucessão presidencial de 1994, Fernando Henrique
Cardoso, integrando a coligação liderada pelo Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB) e pelo Partido da Frente Liberal (PFL) que ajudou a elegê-lo.
No entanto, o desempenho eleitoral do PTB em 1994 foi
inferior ao das eleições de 1990. O partido elegeu apenas um governador, Neudo
Camos, em Roraima, mas fez três senadores: Marluce Pinto, de Roraima, Emília
Fernandes e Arlindo Porto Neto, ambos de Minas Gerais. A representação do partido
na Câmara dos Deputados diminuiu. Em vez dos 38 deputados eleitos em 1990,
apenas 31 conseguiram se eleger, a maioria deles em Minas Gerais (sete) e Roraima (quatro). Para as assembléias legislativas de todo o Brasil,
foram eleitos 72 deputados petebistas.
A partir de 1995, o PTB seria um dos partidos da base de
apoio parlamentar de Fernando Henrique Cardoso. A legenda apoiaria o elenco de
reformas constitucionais propostas pelo novo governo, bem como o programa de
privatizações. Seu representante escolhido por Cardoso para integrar o governo
foi mais uma vez o senador José Andrade Vieira, agora indicado para o
Ministério da Agricultura.
Nas
eleições municipais de 1996 o PTB elegeu apenas um prefeito de capital: Otomar
Pinto, em Boa Vista. Em São Paulo o candidato Antônio de Campos Machado foi
derrotado, e no Rio o PTB não lançou candidato à prefeitura, e sim apoiou a
candidatura de Sérgio Cabral Filho, do PSDB, também derrotada por Luís Paulo
Conde, do PFL. Em todo o Brasil, o PTB elegeu 382 prefeitos, a maioria deles na
Bahia (85), Minas Gerais (64), Paraná (54) e São Paulo (41), tornando-se com
isso o sexto partido em número de prefeituras. Foram eleitos 4.231 vereadores
petebistas em todo o país, a maioria deles em Minas Gerais (771), Bahia (675) e São Paulo (617).
O
PTB contribuiu com seus votos para a aprovação no Congresso de matérias de
interesse do governo, como, por exemplo, a emenda que instituiu a reeleição
para cargos executivos. Dos 24 deputados que compunham a bancada do partido na
Câmara em janeiro de 1997, 21 votaram favoravelmente à emenda, enquanto dois se
abstiveram e apenas um votou contra. Dos quatro senadores do partido, três
votaram favoravelmente e apenas a senadora Emília Fernandes votou contra. Nas
eleições de 1998, o partido voltou a apoiar a candidatura de Fernando Henrique
Cardoso à presidência da República. Na mesma ocasião elegeu 31 deputados
federais e 80 deputados estaduais em todo o país, mas nenhum senador ou
governador foi eleito pela legenda.
Ricardo Guanabara colaboração
especial
O
PTB E A “ERA LULA”
Nas
eleições municipais de 2000, o PTB elegeu 398 prefeitos em todo o Brasil, um
ligeiro crescimento em relação às eleições de 1996. O único prefeito eleito na
legenda em capitais foi César Maia, no Rio de Janeiro. Este deixaria o PTB,
porém, filiando-se ao PFL.
Em
2002, o PTB aliou-se à candidatura presidencial de Ciro Gomes, do Partido
Popular Socialista (PPS), que terminou o 1º turno daquela eleição em quarto
lugar, com quase 12% dos votos válidos. O vencedor seria, afinal, Lula, do PT,
e que contaria com o apoio do PTB em seu governo.
Nas
eleições estaduais de 2002, o partido apresentou candidatos próprios em oito
unidades da federação, mas somente em Roraima conseguiu passar ao 2º turno, com
Otomar Pinto, que, no entanto, não teve sucesso. Para as duas casas do
Legislativo Federal forma eleitos em 2002, pelo PTB, 22 deputados e dois
senadores.
Nas
disputas municipais de 2004, foram eleitos 421 prefeitos petebistas, em mais um
sinal de crescimento relativo da legenda. Novamente foi conquistada uma capital
pelo PTB: dessa vez, Belém do Pará, com Duciomar Costa.
Em
2006, o PTB não apresentou candidato próprio para o posto máximo do país, nem
se coligou oficialmente para apoiar qualquer dos postulantes. Já para os governos
estaduais, os petebistas apresentaram apenas um candidato próprio, em Alagoas,
que não se elegeu. Sua bancada na Câmara sofreu pequena redução, se comparada
ao pleito anterior, passando a ter 18 deputados eleitos. No Senado, porém,
houve um acréscimo de três cadeiras para a sigla.
Nas
eleições municipais de 2008, foram eleitos 409 prefeitos na legenda do PTB,
número pouco distante da média do partido. Dois dentre estes eram de capitais:
Duciomar Costa se reelegeu em Belém, e Amazonino Mendes reconquistou o Poder
Executivo em Manaus.
FONTES: Estado
de S. Paulo
(30/12/86, 1,7,8 e 28/6 e 8/7/89); Folha
de S. Paulo
(11/5 e 3/6/86, 19 e 25/5, 3 e 7/7/89); Globo
(12 e 22/12/86, 1/6 e 30/11/89, 3/1/90); Jornal
do Brasil
(28/3/83, 5/5, 12 e 26/12/86, 31/5, 4/7 e 29/12/89); NICOLAU, J. Dados;
Portal do TSE.
Disponível em : <http://www.tse.gov.br>.
Acesso em : 01 dez. 2009.