PLANO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO (PND)
PLANO
NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO (PND)
Nome dado a dois planos econômicos, de números I e II,
referentes respectivamente aos períodos 1972-1974 e 1975-1979.
O I PND
O I Plano Nacional de Desenvolvimento conservava os
princípios traçados no Programa de Metas e Bases para a Ação do Governo
apresentado em 1970, também durante o governo do general Emílio Garrastazu
Médici (1969-1974). Organizado sob a orientação do ministro do Planejamento,
João Paulo dos Reis Veloso, o I PND tinha por objetivo colocar o Brasil entre
as nações desenvolvidas no espaço de uma geração. Para tanto, seria necessário
duplicar a renda per capita do país até 1980 e elevar o crescimento do produto interno
bruto (PIB) até 1974 com base numa taxa anual entre 8% e 10%. Esse
fortalecimento da economia implicaria ainda a elevação da taxa de expansão do
emprego até 3,2% em 1974, a redução da taxa de inflação e a adoção de uma
política econômica internacional que acelerasse o desenvolvimento sem prejuízo
do controle da inflação.
Visando ao fortalecimento da estrutura empresarial, o I PND
criou o Programa de Promoção de Grandes Empreendimentos Nacionais e convocou o
empresariado brasileiro a participar de setores estratégicos do
desenvolvimento.
O
I PND apoiava-se em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
(BNDE), da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e de outros órgãos
financeiros da União. O BNDE deveria participar com cem milhões de cruzeiros,
concedendo financiamentos a longo prazo e participando de sociedades através da
aquisição de ações preferenciais.
A principal inovação do I PND em relação ao Programa de Ação
Econômica do Governo (PAEG), relativo ao período 1964-1966, e ao Programa
Estratégico de Desenvolvimento (PED), relativo ao período 1968-1970, foi que
enquanto esses últimos eram documentos que traduziam intenções do Poder
Executivo, o PND foi convertido em lei após ter sido analisado e aprovado pelo
Congresso.
O II PND
O II Plano Nacional de Desenvolvimento tinha como objetivos
centrais elevar a renda per capita a mais de mil dólares e fazer com que o
produto interno bruto ultrapassasse os cem bilhões de dólares em 1977.
A meta básica para o qüinqüênio 1975-1979 era o ajustamento
da economia nacional à situação de escassez de petróleo e ao novo estágio da
evolução industrial do país. Por isso mesmo era dada grande ênfase às
indústrias básicas, sobretudo aos setores de bens de capital e da eletrônica
pesada. O objetivo era substituir as importações e, sempre que possível, abrir
novas frentes de exportação. A agropecuária era também chamada a cumprir novo
papel no desenvolvimento brasileiro, contribuindo de forma significativa para o
crescimento do PIB.
O
II PND previa a consolidação até 1980 de uma sociedade industrial moderna e de
um modelo de economia competitiva. Essa economia moderna, tendo por núcleo
básico a região Centro-Sul, exigiria investimentos da ordem de setecentos
bilhões de cruzeiros nas áreas da indústria de base, do desenvolvimento
científico e tecnológico e da infra-estrutura econômica. A política de energia
seria também decisiva na estratégia de desenvolvimento, sendo a preocupação
básica reduzir a dependência do país em relação às fontes externas.
Outro item importante era o desenvolvimento de uma política
de integração nacional, baseada num programa de aplicação de recursos no
Nordeste. Era também prevista a ocupação produtiva da Amazônia e da região
Centro-Oeste, a ser promovida pelo Programa de Pólos Agropecuários e
Agrominerais da Amazônia (Poloamazônia) e pelo Programa de Desenvolvimento de
Recursos Florestais.
O
desenvolvimento social do país seria obtido através da conjugação de uma
política de emprego com uma política de salários que permitiria a criação
progressiva de uma base para o mercado de consumo de massa. A qualificação da
mão-de-obra deveria ser acelerada através da educação, do treinamento
profissional e de um programa de saúde, saneamento e nutrição. A política de
integração social, baseada na aplicação do conceito de previdência, incluiria
uma política habitacional e uma série de mecanismos destinados a suplementar a
renda, a poupança e o patrimônio do trabalhador.
Finalmente, o II PND previa a integração do Brasil no mercado
mundial graças à conquista de mercados externos, sobretudo para produtos
manufaturados e produtos primários não-tradicionais. Seria adotada também uma
política de diversificação das fontes de fornecimento, dos mercados externos e
dos investimentos estrangeiros.
Alzira Alves de Abreu
FONTES: