PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA (PST- 1947-1965)

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Nome: PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA (PST- 1947-1965)
Nome Completo: PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA (PST- 1947-1965)

Tipo: TEMATICO


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PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA (PST- 1947-1965)

PARTIDO SOCIAL TRABALHISTA (PST- 1947-1965)

 

Partido político de âmbito nacional organizado em 1947 no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, como um desdobramento do Partido Proletário do Brasil (PPB). Assim como os demais partidos ativos na época, foi extinto pelo Ato Institucional nº 2, de 27 de outubro de 1965.

Após as eleições suplementares de janeiro de 1947, os líderes do PPB — Luís Augusto de França e o senador maranhense Vitorino Freire, que pouco antes se desligara do Partido Social Democrático (PSD) — decidiram reorganizar seu partido para concorrer às eleições municipais que se realizariam ainda em 1947 e no ano seguinte. Essa reorganização consistiu na verdade numa troca de nomes: o PPB passou a se chamar Partido Social Trabalhista. Por outro lado, Vitorino Freire se reaproximou do PSD, obtendo o controle do diretório maranhense do partido e se desinteressando do PST.

Em sua primeira fase, o PST aglutinou elementos que apoiavam o governo do presidente Eurico Dutra, mas divergiam dos diretórios locais do PSD. A expansão do partido se iniciou apenas durante a campanha para as eleições de 1950. Nesse momento, o PSD lançou a candidatura de Cristiano Machado à presidência da República, sendo cogitado o paulista Altino Arantes para concorrer à vice-presidência. Opondo-se a esta última indicação, Vitorino Freire decidiu apresentar-se como candidato a vice-presidente na legenda do PST.

Por outro lado, em Alagoas, ocorreu uma dissidência semelhante no PSD, quando Péricles de Góis Monteiro se desentendeu com o chefe local do partido, o padre Medeiros Neto, ingressando com um grupo de correligionários no PST.

Nas eleições de 1950 para os legislativos estaduais e federal, o PST elegeu uma considerável bancada em Alagoas. Não conseguiu porém eleger Vitorino Freire, que, derrotado por João Café Filho, retornou à sua cadeira no Senado e mais uma vez se aproximou do PSD, entrando em acordo com o presidente do diretório nacional desse partido, Ernâni Amaral Peixoto. Vitorino Freire abandonou a seguir a presidência do PST, que passou a ser ocupada por Péricles de Góis Monteiro e Luís Martins e Silva. Oscilando constantemente ao sabor das crises ocorridas nos grandes partidos, o PST a partir desse momento entrou em declínio.

Nas eleições de 1955, o PST apoiou a candidatura de Juscelino Kubitschek à presidência da República.

Em 1958, o PST iniciou uma fase de reorganização, buscando fortalecer sua posição na cena política nacional. Assumiu sua presidência o deputado por São Paulo Osvaldo Junqueira Ortiz Monteiro, eleito pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que procurou desenvolver uma atuação populista e trabalhista mais definida. Apesar disso, o PST continuou a ser basicamente uma legenda utilizada para solucionar dissensões nos grandes partidos. Nas eleições desse ano, por exemplo, entrando em choque com a direção carioca do Partido Social Progressista (PSP), que lançou a candidatura de Lutero Vargas ao Senado em detrimento de Mozart Lago, Antônio Mourão Filho ingressou no PST, tornando-se a seguir presidente de seu diretório no Distrito Federal e vice-presidente do diretório nacional.

Na campanha para as eleições de 1960, a seção carioca do PST recebeu a adesão de Tenório Cavalcanti, que, tendo-se afastado da União Democrática Nacional (UDN), concorreu em sua legenda ao governo do então estado da Guanabara e foi derrotado.

Nas eleições de 1962, Antônio Mourão Filho organizou na Guanabara a Frente Popular, coligação formada pelos pequenos partidos entre os quais o PST — para lutar contra o PTB e a UDN. Concorreu ao Senado nessa legenda, mas foi derrotado. No estado do Rio de Janeiro, o PST uniu-se ao Partido Trabalhista Nacional (PTN) para apoiar a candidatura de Tenório Cavalcanti ao governo estadual, e, em Pernambuco, coligou-se ao PTB e ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) para apoiar Miguel Arrais. O primeiro foi derrotado e o segundo foi eleito.

Em 15 de julho de 1965, foi promulgada a Lei nº 4.740, cujo objetivo era limitar o número de agremiações partidárias no país através de uma série de restrições ao seu funcionamento. Já sem ter condições de atender a essa nova legislação, no mês de outubro o PST foi formalmente extinto junto com os demais partidos pelo AI-2.

Marieta de Morais Ferreira

 

 

FONTES: CARMO, J. Diretrizes; CRUZ, M. Imagem; ENTREV. ARCHER, R.; FREIRE, V. Lage; PETERSON, P. Brazilian.

 

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